Barcelona regressa à normalidade
O Barcelona da era Guardiola e Messi tem um grande handicap: superar as suas próprias façanhas. Só assim se compreende os ecos de crise que soaram na Catalunha após dois encontros seguidos sem vencer, interrompendo um histórico registo de 16 triunfos consecutivos. Pois bem, inquietos com esta vaga de “maus” resultados (empate com o Gijón, na Liga, e derrota com o Arsenal, em Londres, na Champions, por 2-1), os bicampeões espanhóis começaram por tremer em casa com o Athletic de Bilbao, mas depois lembraram-se que tinham em campo um pequeno génio argentino. E pronto! A regra das vitórias regressou, ainda que mais magra que o habitual: 2-1.
Foi ao minuto 58 que Messi acordou e rematou à baliza dos bascos, pela primeira vez. Um despertar tardio do avançado, que explica muito do que se passou até então. Não que o Barcelona jogasse mal, porque não o sabe de todo, mas porque enfrentava uma das mais aguerridas equipas espanholas, compacta e segura defensivamente. Associado ao incómodo do adversário, pairava o espectro de ceder mais terreno na liderança do campeonato para o Real Madrid.
E o 100.º jogo de Pep Guardiola na Liga como treinador do Barcelona até começou bem. Como rotina, os catalães marcaram cedo, logo aos 4’, na primeira jogada de ataque do encontro. O lance começou em Xavi, passou por Daniel Alves e David Villa transformou-o no seu 20.º golo esta temporada. O detalhe do fora-de-jogo do brasileiro não beliscou em nada os festejos nas bancadas. A estratégia do Bilbao parecia ruir antes de ser posta em prática, mas, estranhamente, o Barcelona acalmou. Ou melhor, Messi estava discreto, o que faz toda a diferença.
Mesmo assim, e sem fazer muito por isso, o próprio David Villa poderia ter bisado, mas a sua tentativa de chapéu a Iraizoz acabou na trave, aos 26’. Pouco mais houve dos catalães em matéria atacante na primeira metade, apesar de uma esmagadora percentagem de posse de bola, imagem de marca da equipa (acabaria o encontro com 74 por cento).
O ritmo da partida iria transformar-se drasticamente no segundo tempo. Uma falta de Busquets sobre Llorente na área, um penálti e o golo do empate de Iraola. Tudo em cinco minutos. A intranquilidade regressou em força aos “azul-grená”. Foi então que surgiu Messi, que, depois de três tentativas (com um provável penálti não assinalado pelo meio), marcou mesmo e deu o triunfo.
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